Olá, meus amados proseiros. Espero que tenham aproveitado o domingo ao lado das rainhas de nossas vidas e que o valor que elas têm para nós, não sejam lembrados somente no segundo domingo de Maio de todos os anos, mas sim a cada dia. Pois o ditado “Mãe só tem uma”, tem um significado muito profundo, principalmente para aqueles que infelizmente já não tem mais sua amada mãezinha. Bora prosear?
Bom, o pequeno trocadilho que fiz com um ditado popular que demonstra a boa-fé do brasileiro, em pelo menos tentar acertar suas contas, se tornou uma grande verdade em nossos cotidianos, o que infelizmente é lamentável. Hoje a inadimplência no meio artístico se tornou algo alarmante. Sei que muitos vão dizer – “Ah…Mas isso acontece em qualquer mercado”- eu concordo e inclusive acho uma tremenda falta de respeito com o trabalho prestado pelo credor. Mas num meio aonde os contatos são tudo, os empresários e profissionais do meio, precisam constantemente se preocupar em honrar com seus compromissos, a fim de não cortar seus meios de divulgação e por fim cair no ostracismo, pois afinal, quem vai querer prestar serviços para um caloteiro convicto.
Sabemos que todo mundo passa por situações financeiras turbulentas, na verdade, ninguém, nem mesmo o mais rico dos homens (vide Eike Batista), está imune a um revés financeiro. Mas existe uma grande diferença entre ser inadimplente e estar inadimplente. O que me dói demais no caso por exemplo de quem é “inadimplente compulsivo” é que ele se sente no direito de nem sequer te dar satisfação referente ao pagamento do contrato firmado. Sabe, minha mãe sempre me disse – “Uma satisfação é meia dívida paga” e isso é uma grande verdade. É terrível quando uma pessoa deve para você e é VOCÊ que tem que ficar ligando para o DEVEDOR. Outra coisa absurda, existem empresários e artistas que choram muitas vezes R$ 200,00, R$ 300,00, dizendo que estão em dificuldades ou quebrados, sendo que gastam isso em uma única garrafa de Whisky em uma noitada. Pô amigão…Vamos rever as prioridades aí!
Tomo sim as dores de todos os meus colegas de profissão que muitas vezes fazem jornada dupla, tiram de seu tempo e seus recursos para poderem fazer seu melhor em prol de um artista, viajam centenas de quilômetros para vender shows ou fazer divulgação e quando vão receber o merecido reconhecimento financeiro de seus esforços, recebem a ingratidão e o silêncio de volta. Isso sem falar nas quebras de agenda e ausência em compromissos já firmados, que não deixa de ser um desrespeito tão grande quanto a própria inadimplência.
Uma coisa que sinto nesse meio é que muitos empresários acham que nós temos a OBRIGAÇÂO de prestar serviços gratuitos para eles, pois não somos dignos da estrela de seus artistas. Ou ficam naquela da “parceria” eterna, que é bom só para eles. Infelizmente, não podemos chegar no banco e dizer, “Olha…Posso pagar essa conta aqui com uma parceria”, ou chegar no açougue e dizer, “Vamos fazer uma parceria…Me arruma umas carnes aí e eu divulgo seu açougue”. Não podemos pagar conta de água, luz, IPVA, IPTU, hospedagem, servidores, médico e supermercados na base da parceria. O mundo é cruel e tudo custa dinheiro, se o show do seu artista custa X, o nosso trabalho também custa X. Se você acha um ultraje alguém pedir um show do seu artista de graça, ou contrata e não paga, nós também achamos um ultraje nas mesmas proporções não receber por nosso trabalho.
Resumindo, para quem tem a mania de não acertar seus débitos com os profissionais do meio e vive ostentando como “Reis do Camarote”, lembre-se, cada parceiro que você perde é um holofote a mais que se apaga para seu artista.
É isso aí pessoal. Espero vocês para o próximo “Dois Dedin de Prosa”.