Salve salve galera, estamos de volta essa semana com um assunto daqueles gostoso de viajar no tempo da música sertaneja. O tema Referências Na Nova Geração, nos dá essa possibilidade e ainda nos faz respeitar cada vez mais aqueles que iniciaram o sertanejo em nosso país, que hoje chama-se sertanejo, mas antigamente era a chamada música caipira.
Nos dias atuais 100% dos artistas sertanejos, sejam eles de nível nacional ou apenas aqueles cantores que fazem um som ao vivo na pizzaria ao lado da sua casa viajam pela história da música sertaneja com repertório daqueles que fizeram uma revolução na nossa música.
Vamos então falar de músicas que desde os anos 70 são clássicos da música e resgatadas por 100% dos artistas da nova geração a todo momento, e quando falamos disso, nada mais justo que falar dessa história do Trio Parada Dura.
O Trio Parada Dura, teve três formações : Delmir, Delmon e Mangabinha na primeira formação em (1973). Mangabinha ficou com os direitos do nome “Trio Parada Dura” ao ser desfeita a formação. Conheceu Creone e Barrerito (que já cantavam juntos) e os convidou pra formar a segunda geração do Trio, isso em 1975, e com essa formação ficaram conhecidos nacionalmente.
Depois de emplacarem os sucessos “O último adeus”, “Fuscão Preto”, “Panela Velha”, “Arapuca” e “Bobeou a Gente Pimba”, os integrantes do Trio Parada Dura sofreram um acidente aéreo e Barrerito ficou paraplégico, e quando estava em tratamento seu irmão Parrerito ocupou seu lugar no vocal do trio provisoriamente, sendo depois confirmado no lugar de seu irmão Barrerito no Trio Parada Dura e o sucesso continuava, eles ainda emplacavam muitos sucessos até 1992.
Em 1998 Barrerito, Creone e Voninho formam o Trio Alto Astral, que teve vida curta, devido a morte, por infarto, do cantor Barrerito poucos meses após a formação do grupo. O Trio Alto Astral estava na sua segunda formação com Voninho, Tio Preto e Ribeirão. Em 2008, Voninho morre vitima de Dengue Hemorrágica e Rio Preto e Ribeirão passaram a cantar em dupla sertaneja.
O Trio Parada Dura retornou em 1999 com sua terceira formação (Creone, Parrerito e Mangabinha), e em 2006 o trio se desfez com Creone e Parrerito formaram uma dupla que se intitulara Os Parada Dura e que mais tarde novamente se tornou trio com a inclusão de Xonadão formando o Trio do Brasil, esse que atualmente está na estrada e em plena atividade.
E como o nome Trio Parada Dura sempre pertenceu a Mangabinha, o Trio Parada Dura retornou novamente em novembro de 2007, com sua quarta formação (Leone, Leonito e Mangabinha).
Mas que rolo né??? Só que esse rolo todo é que vai dar a sequência de nosso artigo de hoje, ele era mais do que necessário.
Independente de formação ou não, com vários nomes passando pela história desses trios e duplas, uma coisa ficou intacta com o passar dos anos. A obra genial de músicas que esse pessoal produziu e são sim músicas eternas sertanejas, os intérpretes e compositores dessas músicas certamente mais hora ou menos hora não estarão entre nós mais, mas as músicas ficam, justamente porque elas não são apenas músicas, hoje elas ultrapassaram essa fronteira e são realmente hinos sertanejos.
Vamos fazer a viagem no tempo agora, acompanhem meu raciocínio, você que está lendo o artigo tem seu artista preferido, aquele na qual você é de alguma forma fã do trabalho do artista e como fã você já deve ter visto ele(s) cantar ou cantarem em algum lugar, seja youtube, programas de televisão, cd’s e dvd’s gravados ou ainda em shows que você acompanhou algumas dessas músicas:
Telefone Mudo, Castelo de Amor, Luz da Minha Vida, Último Adeus, Barco de Papal, Prazer por Prazer, Herói da Madrugada, Me Mata de Uma Vez, As Andorinhas, Chá de Picão, Bicho Bom é Mulher, O Doutor e a Empregada, Cordão de Ouro, Avião das Nove, Fuscão Preto, Arapuca, Blusa Vermelha entre outras.
Vejam que listei uma infinidade de músicas e como base peguei o dvd atual do Trio do Brasil, que hoje é gerenciado pela Talismã Music (empresa de Leonardo e Eduardo Costa) e que mantém acesa a história de Creone, Parrerito e Xonadão, do Trio Parada Dura com Mangabinha entre outros. Nesse repertório já vi todos artistas cantarem alguma dessas músicas, e assim que eles puxam a música dá para ver um certo orgulho estampado no rosto de cada um interpretando esses clássicos.
O chamado sertanejo universitário deve tudo o que tem atualmente a esses ícones da nossa música e vejo um certo reconhecimento dos artistas atuais quando vejo no repertório do cd, os que hoje eles chamam de Pout Porrie, Medley e alguns outros nomes.
Em algum momento do show os novos artistas puxam nos shows, seja um banquinho e um violão ou apenas puxam um refrão da música e jogam para a galera cantar o restante esses clássicos.
Quem nunca cantou esses versos: Eu quero que risque o meu nome da sua agenda, Esqueça o meu telefone não me ligue mais, Porque já estou cansado de ser o remédio, Pra curar o seu tédio, quando seus amores não lhe satisfaz.
Cansei de ser o seu palhaço, fazer o que sempre quis, Cansei de curar sua fossa, quando você não se sentia feliz, Por isso é que decidi, o meu telefone cortar.
Você vai discar varias vezes, telefone mudo não pode chamar. Aoooo trem danado, acho que essa música(ops hino) é mais conhecido que um parabéns pra você, não importa a idade, basta gostar de música sertaneja que essa letra ninguém erra e nem confunde estrofes.
Seria isso uma prova que temos uma influência musical dessa turma??? Se eu que estou escrevendo sou totalmente influenciado na minha tragetória sertaneja por esse pessoal, imaginem quem canta seja profissionalmente ou apenas lá naquela pizzaria que dei um exemplo no início do texto.
Nos churrascos que você está presente duvido que se alguém estiver com um violão em punho alguma dessas músicas alguém não peça para cantar. Duvido que as pessoas torçam o nariz assim que essas músicas apareçam na sua frente, em algum momento você ou alguém a sua volta vai pedir para cantar, essa é a única certeza que temos na música sertaneja.
Podemos não saber o que nos espera do futuro da nossa música, que começou sendo música caipira, e hoje é a música sertaneja. Assim como a gente cresceu ouvindo por influência de nossos avôs, pais, irmãos, podem ter certeza que nós iremos passar para nossos filhos, netos, bisnetos e assim será por diante, porque aqui a história representa perfeitamente o que é sertanejo.
Então amigos(as), essas foram as referências atuais tanto para quem canta como para quem ouve e não importa a geração.
Pode até vir Fiorino, Dodge Ram, Camaro Amarelo mas o que o povo mesmo ouve é o Fuscão Preto (símbolo de todas as gerações)
Por Maurício Ferigato / Tv Sertanejo