O “Dia do Sertanejo” é comemorado anualmente em 3 de maio. A Música caipira, Música Raiz, Sertanejo Romântico, Sertanejo Universitário, Arrocha e muitos são os rótulos para a música sertaneja que pode ser considerada o estilo mais eclético e que tem a capacidade de unir os mais variados sons em suas canções.

O gênero atravessou décadas, conquistou gerações e atualmente nunca esteve tão em evidência tanto dentro, quanto fora do Brasil. Esta data homenageia toda a tradição e, principalmente, a música de origem sertaneja. O povo sertanejo surgiu no sertão nordestino brasileiro e se espalharam por todo o Brasil.

A musicalidade sertaneja é uma das características mais marcantes desta cultura. Por norma, este ritmo exalta a vida do homem no campo e nas cidades interioranas do país.

O “Dia do Sertanejo” começou a ser comemorado a partir da década de 60, por iniciativa da Rádio Aparecida, para homenagear os vários violeiros do sertão que frequentam as missas na cidade de Aparecida do Norte, em São Paulo. Quatro anos mais tarde, Geraldo Meireles, o “Marechal da Música Sertaneja”, levou a dupla Tonico & Tinoco para se apresentar na cidade, e propôs que os violeiros passassem a se encontrar todo ano em uma mesma data, para que pudesse ser instituído o “Dia do Sertanejo”.

Ao longo de sua história, iniciada ainda em torno de 1910, conforme o jornalista e escritor Cornélio Pires retratou em seu livro “Sambas e Cateretês”, muitas foram às influências musicais que ao longo dos anos incorporaram ao estilo sertanejo. As primeiras duplas a se destacar no então cenário genuíno caipira foram Zico Dias & Ferrinho, Laureano & Soares, Mandi & Sorocabinha, Mariano & Caçula, Tônico & Tinoco, entre outras.

Ainda no inicio da carreira, Milionário & José Rico incorporaram o uso de elementos da tradição mexicana mariachi com floreios de violino e trompete em suas canções. Outras duplas continuavam a surgir, como Pena Branca & Xavantinho, além do cantor Tião Carreiro – que logo depois faria dupla com Pardinho – inovava ao fundir o gênero com samba e calango de roda e viola.

Outra importante transformação no estilo aconteceu com a dupla Léo Canhoto & Robertinho que inovou colocando o som da guitarra em suas canções. Na década de 80, os locais dos shows da música sertaneja eram originalmente o circo, alguns rodeios e principalmente as rádios AM. Já a partir da década de 1980, essa penetração estendeu-se às rádios FM e também à televisão.

Artistas como Sérgio Reis, Renato Teixeira, Trio Parada Dura, Chitãozinho & Xororó, Leandro & Leonardo, Zezé di Camargo & Luciano, Chrystian & Ralf, João Paulo & Daniel, Chico Rey & Paraná, João Mineiro & Marciano, Gian & Giovani, Rick & Renner, Gilberto & Gilmar, Roberta Miranda, entre outros começavam a se despontar com canções românticas.

Foi a partir deste momento, que a música sertaneja deixou de ser apenas uma forma de mostrar lindas canções que retratavam a humildade e história do homem do sertão, para chamar a atenção de empresários, investidores que viram na música uma forma de ganhar dinheiro com, o então, “Sertanejo Universitário”.

O sertanejo passa a receber tendências de vários estilos mais comerciais, como o country americano, axé, pagode, funk, além de estilos com raízes mais populares, como o “arrocha”. Tais misturas vêm sendo duramente criticadas, principalmente pelas duplas mais antigas, por descaracterizar a música sertaneja em praticamente todas suas instâncias: letra, melodia e qualidade vocal.

Em uma nova fase da música sertaneja, surgiram nomes como Guilherme & Santiago, Bruno & Marrone, João Bosco & Vinícius, César Menotti & Fabiano, Jorge & Mateus, Victor & Leo, Fernando & Sorocaba, João Neto & Frederico, Gusttavo Lima, Luan Santana, nosso eterno Cristiano Araújo, Paula Fernandes, Michel Teló, entre outros artistas ganharam força e são destaques no mercado nacional e internacional.

Hoje em dia, o sertanejo romântico voltou ao topo, assim destacaram duplas como Henrique & Juliano, Marcos & Belutti e Jads & Jadson, que também faz grande sucesso com o sertanejo bruto, não deixando de lado a viola caipira. Também temos um sertanejo mais voltado para o estilo pop, como o cantor Lucas Lucco e a dupla Bruninho & Davi. Além do sertanejo universitário que fizeram duplas serem conhecidas em todo território nacional como Pedro Paulo & Alex, Bruno & Barretto, Zé Neto & Cristiano, Thaeme & Thiago, Humberto & Ronaldo, Matheus & Kauan, Henrique & Diego, entre outras.

Outro fator que ganhou destaque nos últimos meses, foi o destaque das mulheres no cenário sertanejo. Cantoras como Maiara & Maraísa, Marília Mendonça, Simone & Simaria, Laís, Janaynna, Talita Real, Bruna Viola, Xandreli, May & Karen, Paula Mattos, Mayara Prado, Paula Baluart, Tuta Guedes, Camilla Castro, Lucyana, Mônica Guedes, Naiara Azevedo, Suellen Alone, Jaíne, Allana Macedo, Luana Gabriella,  Lola & Vitória, Rafaela Miranda e etc.

É fato que a música sertaneja, assim como tudo na sociedade, ao longo dos anos, foi se transformando. E, com isso, novos estilos foram inseridos ao som, muitos deles para agradar o consumismo do próprio público que também se transformou. E, nos próximos anos, a tendência é que o estilo siga mudando, se “atualizando”, porém, a essência e a raiz do estilo sertanejo, de décadas, estão cravadas na história, e faz parte da geração de cada um.

Créditos: Diego Vivan